Hoje
(20.10.2018), no 1º Aniversário da Associação Bengala Mágica, em cujo Evento
estive presente, com imensa honra e grata satisfação (por amável Convite da
mesma), fui escrevendo, sempre, muita coisa. E achei que, a propósito, deveria
partilhar com todos o seguinte:
Fiz
Amigos neste Evento, encontrei nele outros já Amigos, entre eles (sem desprimor
para nenhum outro), pude abraçar o meu velho e querido Amigo e Colega David
Rodrigues.
«Para
a pessoa cega, o limite do horizonte é sensível ao nível da conciliada junção
da sua tatilidade, audibilidade e somatossensorialidade a distância falada
através dos olhos anatómicos de alguém extremamente sensato e observador em
imparcialidade.
Se
estiver só, a pessoa cega, sem ninguém normovisual consigo, esse limite do
horizonte pode apenas confinar-se ao alcance da sua tifloperceptibilidade,
tátil/propriocepção/sinestésica, ou da extensibilidade tátil da sua bengala ou
da informação sensorial eletrónica da mesma.
A “Bengala
Mágica” é uma designação eufemística muito saudável e promocional das relações
humanas e humanização da vida, para nos referirmos a necessidades tiflológicas
específicas que se prendem com a criação de condições igualmente específicas
para se colocarem as pessoas cegas, desde o berço à adultez, nas novas sendas
da orientação e mobilidade, do autoconceito e autoestima, da autoimagem e
autoconfiança no seu relacionamento e interação com as outras pessoas e com o
próprio ambiente, num horizonte tão inclusivo quanto a nossa imaginação possa
alcançar.
Um ano
de vida pode ser ainda pouco, mas já nos dá sinais de inequívoca vontade e
determinação para também contribuir com inovação emocional/afetiva e de atuação
para um mundo Mais para Todos, onde os cidadãos cegos e com baixa visão tenham
legitimamente lugar.
Esta é
a minha forma singela, mas profundamente sentida, de exprimir os meus Sinceros
Parabéns aos pais (de coração maior do que o mundo) e à Associação Bengala
Mágica pelo seu Primeiro Aniversário.
Ver e Não Ver é,
como a diferença entre um dia límpido, de sol e céu azul, e o breu numa noite
escura.
Mas há
uma faculdade tiflossensoriocognitiva, sociocognitiva e de intelecção que
atravessa essas diferenças sensoriais e abismais, e às vezes até se lhes
sobrepõem como potencialidade multissensorial em suplência para suprir, de
algum modo, essa enorme desvantagem perceptivo-sensorial e neuro-observacional,
em cujo domínio há tanto, tanto, a fazer nos planos investigacional e
desenvolvimental!
Estou
convosco! PARABÉNS!» (ADG).
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