sábado, 1 de setembro de 2018

Vivo, adormeço e acordo com a esperança no coração.
A esperança nunca poderá entender-se como "o mais sórdido dos sentimentos" (Borges). A sordidade não tem lugar na esperança em dignidade humana, porque essa dignidade é um filtro e um impedimento inexpugnável a todo o tipo de nocividade humana. A esperança "não significa uma promessa", mas "um caminho, uma possibilidade", por vezes "um perigo" (Edgar Morin). A esperança é o sentimento aparentemente vital, que nos ilude na forma de alento alternativo e derradeiro para a evocarmos e sentirmo-nos ou fingirmo-nos vencedores. Mas também pode ser, para os cristãos de indómita fé, um vislumbre expectante ou eventualmente viabilizável... Mas que, não se viabilizando, ser essa constatação entendida, em gratidão, como dádiva apropriada dos desígnios insondáveis de Deus. "Nunca ter sofrido é nunca ter sido abençoado" (Edgar Allan Poe). Efetivamente, só com dificuldades, obstáculos de toda a ordem, é que conseguimos crescer e concretizar a esperança possível. Cada um de nós pode ser uma lição de esperança e consecução de êxitos na esperança, realizando esperança. Pegando num neologismo de Mia Couto, há que "abensonhar" as dificuldades, as fragilidades e os sucessos da vida para que a esperança subsista e nos mantenha convictos lutadores ativos. "Enquanto houver vontade de lutar, haverá esperança de vencer" (Santo Agostinho)."Nada se consegue no mundo sem ser pela esperança" (Martin Luther King, Jr.).
- Augusto Deodato Guerreiro, Feijó, 10-08.2018. -

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