Venho desejar a todas(os) festas felizes, Santo Natal e 2020 pleno de saúde e alegria, partilhando convosco a minha reflexão abaixo, escrita em 2012, mas que continuo a sustentá-la como inseparável de cada um de nós em cada segundo das nossas vidas:
"A significação, entendida como a relação associativa entre a materialidade significante, qualquer que seja a natureza dessa materialidade (palavra, gesto, imagem, objeto cultural...), e o conceito para que remete, traduz-se na inteligibilidade humana de tudo o que observamos, de tudo o que somos, de tudo o que nos rodeia e do mundo global e cosmopolita, em que a solidariedade obrigatoriamente tem de estar e a participação social ativa e a cultura da partilha têm de imperar, no pleno exercício das nossas faculdades e compreensão do mundo em que vivemos.
É Natal! Tempo de reflexão e reconciliação, de intercompreensão e revitalização, como as flores que às vezes estão baças pela ausência de um olhar que as vivifique, mas que ficam viçosas quando abraçadas pela chuva do reconforto e da esperança. Não há ninguém que não goste de flores e que não tenha flores dentro de si!
Todos podemos ser:
Lírios do vale (que aludem à felicidade e ao bem-estar objetivo por que todos temos de lutar);
Cravinas (simbolizando a coragem que nunca podemos deixar que nos falte em generosidade e equidade);
Jacintos (como prova da constância do amor conjugal e de uns pelos outros na vida que tem de ser bela para todos);
Heras (como sentimento de fidelidade pela promoção e defesa dos grandes valores humanos);
Murtas (significando o casamento não só matrimonial, mas também no sentido genérico e nobre da verdade e da dignidade que todos sempre temos de ser e de assumir nos compromissos).
Como «a sabedoria é a parte suprema da felicidade» (Sócrates, 469/470-399 a.C.), encontramo-nos todos nesse contexto universal, embora de formas e graus cognitivos diferentes.
Como escrevemos em 25.06.2011, e o que continuamos a sustentar, «o segredo da felicidade está na verdade e na liberdade, na coragem em generosidade e no compromisso humano», assim, com o nosso contributo positivo, semeando alegria nos outros, cultivando-a, promovendo-a e disseminando-a, para que esse estado de alma também nos abrace.
Nesta aceção polinomial, a significação está na representação clara e objetiva de tudo o que conhecemos e compreendemos, de tudo o que lemos, de tudo o que somos para os outros e implicitamos em nós, e de tudo o que, nos outros, representa de bem para os próprios e para nós mesmos."
(Augusto Deodato Guerreiro, Almada, 19 de Dezembro de 2012).