sábado, 20 de outubro de 2018


Hoje (20.10.2018), no 1º Aniversário da Associação Bengala Mágica, em cujo Evento estive presente, com imensa honra e grata satisfação (por amável Convite da mesma), fui escrevendo, sempre, muita coisa. E achei que, a propósito, deveria partilhar com todos o seguinte:

Fiz Amigos neste Evento, encontrei nele outros já Amigos, entre eles (sem desprimor para nenhum outro), pude abraçar o meu velho e querido Amigo e Colega David Rodrigues.
«Para a pessoa cega, o limite do horizonte é sensível ao nível da conciliada junção da sua tatilidade, audibilidade e somatossensorialidade a distância falada através dos olhos anatómicos de alguém extremamente sensato e observador em imparcialidade.

Se estiver só, a pessoa cega, sem ninguém normovisual consigo, esse limite do horizonte pode apenas confinar-se ao alcance da sua tifloperceptibilidade, tátil/propriocepção/sinestésica, ou da extensibilidade tátil da sua bengala ou da informação sensorial eletrónica da mesma.

A “Bengala Mágica” é uma designação eufemística muito saudável e promocional das relações humanas e humanização da vida, para nos referirmos a necessidades tiflológicas específicas que se prendem com a criação de condições igualmente específicas para se colocarem as pessoas cegas, desde o berço à adultez, nas novas sendas da orientação e mobilidade, do autoconceito e autoestima, da autoimagem e autoconfiança no seu relacionamento e interação com as outras pessoas e com o próprio ambiente, num horizonte tão inclusivo quanto a nossa imaginação possa alcançar.

Um ano de vida pode ser ainda pouco, mas já nos dá sinais de inequívoca vontade e determinação para também contribuir com inovação emocional/afetiva e de atuação para um mundo Mais para Todos, onde os cidadãos cegos e com baixa visão tenham legitimamente lugar.

Esta é a minha forma singela, mas profundamente sentida, de exprimir os meus Sinceros Parabéns aos pais (de coração maior do que o mundo) e à Associação Bengala Mágica pelo seu Primeiro Aniversário.

Ver e Não Ver é, como a diferença entre um dia límpido, de sol e céu azul, e o breu numa noite escura.

Mas há uma faculdade tiflossensoriocognitiva, sociocognitiva e de intelecção que atravessa essas diferenças sensoriais e abismais, e às vezes até se lhes sobrepõem como potencialidade multissensorial em suplência para suprir, de algum modo, essa enorme desvantagem perceptivo-sensorial e neuro-observacional, em cujo domínio há tanto, tanto, a fazer nos planos investigacional e desenvolvimental!

Estou convosco! PARABÉNS!» (ADG).

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